virgem imaculada

 Minha mãe não está com sono.

São Domingos Sávio, discípulo de São João Bosco tinha um lema: “La morte ma non pecatti.” a morte, mas não o pecado. Bem, morte está para pecado, assim como meia dúzia está para seis. A morte é terrível. A morte não nos leva para Deus. A morte é madrasta e nos afasta de Deus. Morte é ausência da graça. Morte é ausência de Deus. Os que morrem sem pecado, não morrem. Também não dormem.  Estes apenas passam e se reavivam na presença de Deus. 

Existem dois tipos de morte: uma é material, outra é espiritual. A morte material é natural e nos mostra um processo normal inerente a tudo que é criado. Morte material é fim. A morte espiritual é o veredicto de nosso juiz chamado livre arbítrio. O uso deste livre arbítrio nos predispõe a uma vida na presença de Deus, ou a condenação da sua ausência.

Morte espiritual é um estar infinito na presença ou na ausência do criador. Esta presença é um estado consciente de percepção de prêmio ou castigo. O prêmio ou castigo pelo que fizemos é de ordem eterna, isto é, gozaremos a presença ou sofreremos a ausência eternamente. 

Prêmio ou castigo será indiferente se estivermos dormindo. 
Não se reconhece prêmio ou castigo em estado de sono. 
Ou um dia iremos acordar com olhos remelentos e perguntar:

- Oh, meu Deus, onde estou? 

E, a partir daí, teremos consciência da nossa situação? 
Não! 

Os que fizeram sua passagem em estado de graça estão vivos e acordados.  

Lembrem-se: Deus é Deus dos vivos e não Deus dos mortos.

Jesus disse ao bom ladrão: “Em verdade vos digo que hoje mesmo estará comigo no reino dos céus” Aí, o ladrão poderia dizer: “Grande coisa, de que adiantará isso se estarei dormindo? O Senhor me acorda? Tá?”

Então, voltamos a afirmar: Nossa mãe Maria não está dormindo, nem cochilando. E se ela quisesse dormir ou cochilar não teria tempo, visto que tem muitos filhos.

“O Senhor tem muitos filhos, muitos filhos ele tem. Eu sou um deles, você também. Louvemos ao Senhor.”

E, Jesus, testemunhado pelo apóstolo João Evangelista, passou todos esses filhos à sua mãe. O anjo Gabriel trouxe à Maria uma mensagem que teve origem na onisciência divina. Em parte desta mensagem Deus dizia à Maria que ela seria exaltada por todas as gerações. É humanamente insano alguém ficar ao lado da cama de alguém que está dormindo, prestando-lhe homenagens. Qual o sentido de o próprio Deus profetizar gerações exaltando Maria se ela fosse permanecer dormindo? Mãe não dorme; zela por seus filhos.

Maria é aquela exaltada, acima de tudo, porque disse “sim”. Quantos significados, quantas virtudes se encerram neste “sim”. Este “sim” é, na verdade, uma autenticação para o plano divino.  Este “sim” é uma aprovação para o plano de salvação da humanidade. Vejam a grandiosidade que Deus proporciona a uma criatura terrena. Maria, uma menina em tenra idade é escolhida por Deus para ser a mãe de seu filho. Deus, de magnitude infinita, fica dependendo da resposta desta criatura para poder dar prosseguimento ao seu plano de salvação. O sim de Maria é o significado da salvação. Por isso Maria é co-redentora. Aí, eu pergunto: podemos nós calcular a grandiosidade de alma desta menina.

Aí, eu pergunto: podemos nós, agora, simples criaturas, entender o que significa “bem aventurada entre todas as mulheres”. Qual o sentido de o próprio Deus profetizar gerações exaltando Maria se ela fosse permanecer dormindo?

Mãe não dorme; zela por seus filhos.

E se ela foi tão dignamente escolhida para ser a mãe do meu Senhor, como eu posso entender que pessoas não a aceitem e para justificar esta aversão, coloquem Maria numa situação de sonolência e inaptidão?

Se Maria pode ser a mãe de Jesus, não é digna de ser sua mãe? Então, a mãe de Jesus está dormindo e por isso você não pode aceitá-la como mãe? As palavras de Jesus: “mãe, eis aí teu filho”; não tem valor?

(j.thamiel)

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